Neste espírito da espiritualidade forte, encarnada e integral, fica claro a alerta que o Documento 105 nos faz sobre as “místicas que não servem”.
O espírito de “revelações privadas”, devocionismos próprios de uma vivência individual e sentimental da fé e propostas místicas desprovidas de vigoroso compromisso social e missionário. São vistos como propostas parciais e desagradoras que mutilam o Evangelho. O cristão dá sabor à vida dos outros com o Evangelho. E a oração ilumina o cristão, que dá vida e fruto na missão. A atitude do cristão é: doar-se, dar sabor à vida dos outros, dar sabor com a mensagem do Evangelho. Defenda-se da tentação de cuidar de si mesmo. Seja luz para iluminar, seja sal para dar sabor e conservar. Defenda-se da tentação da espiritualidade do espelho.
Na conjuntura atual da Igreja despontam tendências ao subjetivismo sentimental, ao Devocionismo, ao demonismo, às “revelações privadas”. Com relação a estas questões escreve o Papa Francisco: “Certo é também que, às vezes, se dá, maior realce as formas exteriores das tradições de grupos concretos ou supostas revelações privadas, que se absolutizam, do que ao impulso da piedade cristã. Há certo cristianismo feito de devoções própria de uma vivência individual e sentimental da fé, que, na realidade, não corresponde a uma autêntica piedade popular. Alguns promovem estas expressões sem se preocupar com a promoção social e a formação dos fiéis, fazendo-o com alguns casos para obter benefícios econômicos ou algum poder sobre os outros. São expressões que não servem e atrapalham a missão da Igreja na transformação da realidade e o anúncio do Reino de Deus.
A missão precisa do “pulmão da oração,” da mística, da espiritualidade, da vida interior. É preciso cultivar sempre uma vida interior que dê sentido cristão ao compromisso e à atividade.
“A oração é a parte da fé, a oração é o remédio do coração” (Papa Francisco).
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