Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14) Sujeito eclesial: Discípulos missionários e cidadãos do mundo (Nº 92)

Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade

“Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14)

Sujeito eclesial: Discípulos missionários e cidadãos do mundo (Nº 92)

A eclesiologia à luz do Concílio Vaticano II, é a teologia da Igreja como comunhão na diversidade. A Igreja é o povo de Deus santo e pecador, peregrino e evangelizador, é o corpo de Cristo presente e atuante na história dos seres humanos, é o templo do Espírito Santo.

A imagem da Igreja como povo de Deus se enraíza na Sagrada Escritura. No Antigo Testamento em virtude da eleição divina (Dt 7, 6ss; Is 48, 12) e da aliança (Ex 24, 1-11), Israel se compreende como povo de Deus (Dt 7, 6; 14, 2. Ex 19, 6). No Novo Testamento consiste na convocação do Pai em Cristo e na efusão do Espírito Santo. A nova aliança, prometida e esperada pelo povo de Israel, se realiza no sangue de Cristo (1Cor 11, 25).

É Deus que nos convida a ser o seu povo, e este convite é dirigido a todos sem distinção, a misericórdia de Deus é para todos, ide fazei discípulos todos os povos, em Cristo somo todos um só povo, o Senhor nos chama a fazer parte do seu povo, através da fé em Cristo, que recebemos no batismo. Devemos viver no amor, na fraternidade, como irmãos verdadeiros, levando ao mundo a esperança, preservando-se da corrupção, vivendo à luz do Evangelho, vivendo no mundo o amor, a partilha, a solidariedade.

“A Igreja é o povo de Deus”, todos os batizados na comunhão do Espírito, recuperando a base trinitária e eclesiológica da experiência pascal, das primeiras comunidades cristãs. Se do Papa ao último dos fiéis a Igreja é o povo de Deus, isso muda tudo, muda as relações na Igreja, que devem passar de uma mera relação hierárquica de poder às relações fraternas de comunhão e participação. Logo, as relações na comunidade de Cristo devem ser fundadas na caridade (1Cor 13).

O Concílio Vaticano II estende o lastro de uma eclesiologia que se funda na ministerialidade da Igreja, sobre o qual se formará uma Igreja de homens e mulheres corresponsáveis pela missão.

Pelos sacramentos de Iniciação à Vida Cristã, sobretudo pelo Batismo, todos nos tornamos membros vivos do povo de Deus. E, como tais, somos chamados para a ação evangelizadora, em todos os âmbitos da Igreja e do mundo, superando as dificuldades que atrapalham a missão.

“O importante não é a magnitude de nossas ações, mas sim a quantidade de amor que é colocado nelas” (Santa Teresa de Calcutá).

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